Eu comecei a enxergar os cacos da minha alma, consegui perceber o quão fundo eu fui, notei como permiti que as coisas que acontecessem comigo me destruíssem. Falo permitir, porque querendo ou não, ao final é isso!

Não estou me sobrecarregando com culpa mais uma vez, estou sendo sincera.

Pois o fato é que não vai vim ninguém que retire de nós, da nossa história, da nossa cabeça e do nosso coração as dores, os arranhões e feridas. Sairemos apenas se trabalharmos duro para isso, seja com terapia, fazendo o que ama, excluindo pessoas nocivas, seja lá como for, você eu só sairemos dessa droga de depressão se lutar, dia a pós dia, minuto após minuto, segundo após segundo. Pois ao final, tendo pessoas que nos amem ou não, somops nós que icaminharemos até sair. O resto é suporte, é apoio, e claro, é maravilhoso! Mas, as vezes é apenas uma politicagem.

É preciso ser mais forte que isso! Quando digo "mais forte" não visualize uma rocha em que tudo bate e ela permanece aparentemente intacta, não é isso, força não é isso. Força é doer, é sangrar, é chorar e enxugar as lagrimas, gemer e cicatrizar. É seguir, apesar de tudo, seguir! Estar sempre pronta a limpar os joelhos e continuar a andar.

Estou disposta a continuar a caminhada, ainda que os pensamentos me atordoem, ainda que chore e gema de dor e que sangre até a morte, eu estou disposta a não parar e lutar pela minha vida e pela minha cura até o meu último suspiro. E você?

Não tenho dúvida que a origem de todos os meus transtornos psicológicos, depressão, ansiedade, fobia social, tenham raiz fincada no meu passado. Porém acontecimentos atuais acentuam essas questões.

É muito difícil viver assim, se sentindo mal, zanzando pela casa de cômodo em cômodo, iniciando tarefas sem concluir nenhuma delas, com um turbilhão dentro do peito que agonia a garganta, sem concentração alguma para estudar e fazer aquilo que deve ser feito. É frustrante, agoniante, agonizante.

Daí você começa a pensar e a cabeça não para, dormir é impossível, nada é interessante, nada prende sua atenção, é a ansiedade, acredito eu!

Cresci achando que meu problema central era a depressão, mas não é a maldita da ansiedade. Não sei qual desses problemas é o principal e quais deles são sintomas. Apenas sei que sinto essas coisas e muito mais. E é aterrorizante me forçar a fazer algo que eu quero fazer, mas não tenho concentração para tanto, como escrever esse texto. Aí faço assim, rápido, sem revisar e publico. Saí na maioria das vezes cheios de erro que só vejo muito tempo depois.

Estou lendo um livro que fala sobre vulnerabilidade. E trazendo para a minha vida pude perceber como tenho medo de estar vulnerável, sei que isso não é algo incomum, pelo contrário, me atreveria dizer que a maioria das pessoas de alguma forma tem medo da vulnerabilidade em algum grau.

Mas, esse assunto é um pouco mais complexo do que pode parecer, pois a pessoa vulnerável, ao meu ponto de vista, e pelo que li, pode se fechar com medo da interação com as pessoas, como pode também se abrir demais.

No meu caso, embora não sei exatamente se isso é possível, eu passo pelas duas situações.

E como é possível a pessoa se abrir e se fechar ao mesmo tempo?

Bem, com algumas relações, eu sinto uma necessidade de contar coisas da minha vida, tipo, de ante mão. Não gosto disso! E sempre fico me perguntando depois, me questionando porque o fiz! E em outros casos eu consigo criar realmente uma barreira entre mim e a pessoa, com meu modo de me comportar, com minha aparência, fico pouco receptiva. Tentando passar despercebida, como meu psicólogo colocou na ultima sessão que tive na quinta-feira passada.

De fato é isso! Mas é algo que realmente venho tentando mudar, no caso, a questão de abrir a minha vida para as pessoas sem nenhuma razão!

Porém a questão de está em uma roda de pessoas e falar para não passar despercebida, alguma besteira qualquer, embora nem sempre funcione, eu sei que é uma outra maneira de não ficar vulnerável e isso é auto-sabotagem. Preciso mudar!

Sol, só

Sozinho só

Sem sol

Solzinho sol

Só o sol

Solzinho só

De sol a sóis, continuo só

Escrevendo esvazio-me, não sei bem do que, mas definitivamente esvazio-me. Chego com a mente barulhenta, com peito carregado, com a garganta entalada e quando "falo" sem pensar, quando "falo" o que vem a mente sinto-me muito melhor, as vezes rola algumas lágrimas, as vezes não, mas acho que de alguma forma transformo tudo em letras.

Falo em silêncio!

E me dou bem com o silêncio, somos amigos de longas datas... sempre o encontro aqui...

Acho que escrever assim é um meio de fuga, como um botão de emergência, uma válvula de escape, quase sempre funciona!

Ai sai esses textos desconexos, que váriam de acordo com meu humor e que muitas vezes esqueço completamente depois de publicá-los... que coisa não?

Mas, que bom que existe uma forma de conversar sem precisar falar... encher os ouvidos de alguém...

Sem olhares entediados e sem pressa, além dessa constante, que não me deixa fazer nada direito...

Ansiedade!

Quando menos espero...

Vai acabando as letras...

E vazia paro por aqui. Assim..

Sem mais.

...até a próxima!

Poema: Dança!

Se me permite vou versejar...

Poetizar por assim dizer...

Porque lembrei que sei dançar...

Leve como a brisa e solta como o mar,

Passos curtos e acelerados, lentos e alongados...

Dança...

Dança é meditação!

Elevo o olhar e vejo através dos rostos, das almas...

Não vejo nada, enxergo tudo...

Me vejo!

Sambo, Adagio, Bailo... eu danço!

Dou o meu melhor sorriso, o mais profundo...

Saiu do descompaço...

Me acho!

Na dança... Ah, à dança... me esperança!

Vira e mexe esse vazio me invade!

Da um cansaço...

Uma famosa saudade, de alguma coisa que ainda não vivi...

Uma vontade de ir para bem longe...bem longe...

Uma vontade de desistir de tudo.

Sei lá!

Isso incomoda de um tanto!

Essa angustia.

Junto vem aquela vontade de começar tudo de novo, sabe?

Arrumei a casa inteira, mas de nada adiantou... lavei o banheiro, limpei bem o chão, as paredes e até aquela sugeirinha que insistia em não sair... mas, não adiantou!

Estou aqui, agora, como a anos atrás.

No lugar de papel e caneta, à tela de um computador, música, angustia, aperto no peito, e uma tristeza antiga!

Olho para instantes atrás, tentando achar onde isso começou mas, nenhum vestígio... nada! Não sei!

Só não queria estar aqui agora....

Dentro de mim!

Ontem eu assisti a um filme, nacional de comédia, que me emocionou bastante! Ocorreu que em uma parte onde o pai, que era tão desatento com seu filho, resolveu se redimir passando o dia com ele, levá-lo a festinha da escola, até então movido muito mais pela obrigação...

(o filho foi vestido de super-homem, pois tinha feito aniversário e não queria mais tirar a roupa)

Entre várias outras coisas que deram errado naquele dia, com pai e filho dentro de um carro a caminho da escolinha, houve um momento em que num acesso de raiva, o pai ligou para a mãe pegar o filho, gritou com ele dizendo que ele não era super-homem e pra tirar aquela roupa. Logo após à mãe foi ao encontro dos dois para pegar seu filho, que chateado, atirou a mascara de super-homem atirando-a ao chão.

O pai acidentalmente, naquele dia, realizou um parto. E se deu conta de que ele tem um filho.

Então, resolve jogar tudo para cima e ir novamente ao encontro do filho, desta vez na festinha da escola.

E meu coração não aguaenta, pois o pai aparece vestido de super-homem! rs

Pode parecer bobo, talvez até seja, mas me comoveu!

Mesmo sabendo de que isso não é possível no meu caso, eu desejei ver o meu pai chegando vestido de super-homem.

Meu pai se foi há 27 anos, eu convivi com ele apenas até os dois anos de idade, mas ele é um grande tesouro guardado dentro do meu coração.

Sou capaz de sentir o amor que ele sente por mim, mesmo estando em planos espirituais diferentes. Sinto muita coisa dele em mim! Passei anos chorando de saudade, hoje superei 90% a dor insuportável. ( Como se isso pudesse ser medido...rs)

Não tenho religião definida, pelo menos ainda, mas ando descobrindo o espiritismo e a batista, gosto das duas. Mas, mesmo não tendo uma crença formada em nenhuma dessas duas religiões eu trago comigo um desejo forte de poder abraçá-lo e chamá-lo de meu pai.

Gosto de ouvir coisas de quando ele estava aqui na terra, saber de como ele cuidava de mim, das manias, defeito e qualidades. Isso me traz tanta alegria e uma sensação estranha e muito boa.

Sempre pensei que as pessoas que acreditavam em espiritismo de alguma forma queriam fugir da ideia de perder alguém que ama muito e estou querendo descobrir se estou errada, desejo estar porque reencontrar meu pai é uma das coisas que eu mais quero na vida, pois o amo demais, ele é meu super-herói!

Uma coisa é certa. O mundo não vai parar para que você se regenere. O sol vai continuar a brilhar, as pessoas vão continuar sorrindo, as flores desabrochando... Nada vai mudar, a não ser a sua vida que vai estagnar, até que você resolva mudar.

Vou falar por mim... Eu costumava achar que ninguém ligava para mim, e ficava me punindo com a tristeza sem perceber. Tipo: “Ahh... Ninguém me ama!”, “Todos que entram na minha vida me fazem chorar”... E ia virando um círculo vicioso, onde minha mente adoecia e eu mesmo piorava a situação.

As pessoas podem machucar você, mas você é responsável por sua tristeza!

Para sair de algo desse tipo tem que ser muito forte, é preciso ver a situação de fora. Imagine se o mundo parasse por causa da sua tristeza?

Estranho não é?

Por isso, entenda a única pessoa atingida por sua condição de tristeza, de raiva... É você! Mais ninguém!

Pode haver pessoas que te amem e que se incomodem e sintam por sua situação, mas isso é só! Eles não podem, não existe uma maneira deles pegarem seus problemas e resolvê-los.

Claro, eles podem te dar amor e te ajudar!

Foi complicada pra mim essa última depressão, pois o meu esposo não entendia muito bem e às vezes era até meio grosseiro. Eu falei que ele deveria ler sobre o problema, que eu estava tentando sair daquilo e precisava da compreensão dele. Dessa forma, compreendendo e amando as pessoas podem sim ajudar. Não fazendo aquilo que no fundo muitas vezes você quer... Colocar-te num papel de vítima e alimentar seu sofrimento, isso não! Isso te afundaria ainda mais!

O que quero dizer com tudo isso é que não adianta você sofrer para reaver o amor de pessoas que você ama, para ter elas por perto. Você tem que fazer por você. Porque todas as pessoas possuem uma vida, possuem suas próprias tristezas e alegrias. Parece cruel isso, mas é de fato a realidade.

Assuma o controle da sua vida, aceite que você é responsável por aquilo que sente, você é responsável pela maneira com a qual vai começar o seu dia. Não espere segundas-feiras, inicios de mês... Decida recomeçar já!

Bem, eu não posso afirmar que meu excesso de sensibilidade tenha alguma coisa a ver com meus traumas ou com algo que eu tenha vivido. Pode ser que simplesmente sou assim!

O fato é que eu sou completamente atingida por aquilo que acontece com pessoas que amo ou até por pessoas com as quais não tenha uma relação tão boa. Muitas vezes fico mal com o sofrimento que aquela pessoa está passando, pode parecer natural da forma que estou falando, mas é um sentimento que me prejudica bastante. Muda meu humor e até me deixa mesmo muito cabisbaixa, estraga meu dia ou semana, em fim... Mas, comecei a perceber isso e a mudar!

Será que esse tipo de compaixão exagerada é correto? Acho que não! Estou começando a perceber que muitas vezes, muitas coisas estarão muito além do meu controle, muito além das minhas possibilidades. Como um irmão que eu tenho que está enfrentando um problema muito grande e todas as vezes que ele se afundava, eu de alguma forma ia junto. Digo "ia" porque comecei a mudar isso, porque dessa forma eu não o estava ajudando. Estava apenas sentindo uma dor desnecessária. Não que eu não deva ficar triste e apreensiva ou algo do tipo. Mas, o fato de eu mergulhar em uma tristeza profunda não estava tirando ele do buraco onde ele estava.

Hoje eu tenho a consciência de que eu o amo, que estou disposta a ajudá-lo, mas que preciso manter o equilíbrio. Convenci-me de que o fato de não entrar em um estado de "greve de alegria" não quer dizer que eu não esteja preocupada ou que não o ame.

Muitas vezes nos sabotamos com esses sentimentos. Achamos que por haver sofrimento no outro não temos o direito de ficarmos bem, se não, não estaremos de verdade tendo compaixão daquela pessoa. Isso não é verdade. Devemos estar dispostos, prontos a ajudar, devemos amar o próximo, mas isso definitivamente não significa entrar nessa "greve de alegria". Você pode sim estar bem consigo mesmo e se apiedar ou ter compaixão do sofrimento, da dor do próximo e ajudá-lo!