Sobre mim

Sou uma mulher de 29 anos buscando superar um grande trauma de infância.

Quando minha mãe ainda era jovem conheceu um rapaz, mas a família era contra o namoro. Eles se "afastaram" e ela conheceu outro rapaz que seria o meu pai. Com ele se casou e então eu nasci. Quando eu tinha dois anos de idade meu pai se foi. Cresci achando que por motivos de saúde, mas quando completei 12 ou 13 anos descobri que foi morto com um tiro na cabeça. As pessoas dizem que ele se suicidou, mas eu não acredito!

Menos de um mês esse homem que minha mãe conheceu antes do meu pai estava dentro de casa, eu ainda tinha dois anos. Ele já tinha três filhos (Uma menina e dois meninos). Cresci em um ambiente de muita briga, ele bebia muito me espancava e me aliciava. Lembro-me da primeira vez com cinco anos na cidade de Ilhéus, não sei por qual motivo eles viviam de lá pra cá e com isso não consegui fazer amigos.

Fui crescendo e ele não queria que eu tivesse amigos, me humilhava na frente de alguns coleguinhas que eu conhecia. Chamava-me de imunda, nojenta e rasgava minha roupa na rua se visse um buraquinho por menor que fosse.

Meu pai deixou uma pensão e minha mãe gastava tudo com ele, minha roupa era usada, lembro-me bem do meu primeiro sutiã salmão que ganhei da filha dele que era mais velha que eu e que me fornecia às roupas e muitos brinquedos também!

Quando completei 14 anos tive coragem de contar a minha mãe o que acontecia,  inclusive com muito medo, ela apenas disse que era muito grave isso, mas os dias se passaram e ela não fez nada! Quando vi que eu estava sozinha, entrei em desespero, até dormi com a cômoda atrás da porta trancada. Pois, ele ia para minha cama de manhã, ele também certa vez entrou no banheiro comigo tomando banho, entre outros. Então, quando percebi que estava sozinha, eu fugi de casa com a ajuda de uma vizinha. Fui para a casa de uma amiga de colégio.

Deixei um bilhete dizendo que só voltaria se ele saísse de casa. Eles mentiram pra mim e eu voltei, ele estava apenas viajando. Quando ele voltou recusei-me a continuar chamando-o de pai, antes chamava por medo! Ele sempre bebia sexta, sábado e domingo... Ele começou a beber e me ameaçar em tom irônico e ameaçado que se eu não o chamasse de pai ele iria me dar um banho de sabão de coco. Eu não o chamei de pai! Ele me bateu muito, me jogando debaixo do chuveiro, foi horrível! Minha mãe quando via que eu não aguentaria mais se intrometia e lembro que dessa vez ele bateu nela também!

Quando o final de semana passou e estava sozinha em casa, fugi outra vez! Dessa vez eu não voltei, ela, minha mãe, estava confusa, mas acabou decidindo por ficar comigo. Alugou uma casa e eu fui morar com meu irmão que nasceu desse casamento. Ele ainda me atormentou algumas vezes, mas depois desapareceu. Foi então que eu comecei a viver... Tinha uns 16 anos!

 

Acredito que a troca de experiências ajude no processo de superação. Tinha muita dificuldade de falar sobre isso, chorava, sofria e entrava em depressão, mas isso tem mudado... Afinal hoje tenho até um Blog! rs